Queridos (as) leitores (as),

Peço licença para publicar em um formato e frequência um pouquinho diferentes do usual, mas acredito que o tema vale a reflexão.

Na semana passada me deparei com um texto absurdo, de um machismo profundo e exacerbado, e de uma monstruosidade estupenda que me fez até estremecer.

O autor, uma pessoa que já fora relativamente próxima a mim, afirmava que um pai não tinha papel nenhum mais, assim que uma criança era concebida, já que ele funcionava apenas como um “doador”, de modo que se ele até mesmo viesse a falecer, de nada atrapalharia no desenvolvimento desta “cria”.

Chocada e revoltada, eu fiquei me perguntando quantos homens não devem pensar assim desta mesma forma.

Não à toa, o Brasil tem mais de 20 milhões de mães solo atualmente. VINTE MILHÕES, você leu certo! E os números só vem crescendo a cada ano.

Triste pensar que frequentemente me questionam a necessidade do feminismo, debocham do papel da luta feminista.

Sim! Com o machismo invadindo nossos próprios ventres e criando nossos filhos órfãos de pais vivos, ainda há quem insista em dizer que tudo isso não passa de um “mimimi”.

E vamos de poesia!

Esta, particularmente, escrevi assim que descobri que estava grávida de meu lindo bebê:

 

Quem eu sou
Agora que sou dois
Me perco no depois
Me acho no agora
Cá estou, já sem demora
E sei que não vou embora
Pois esse amor invade o meu todo
E resgata-me do antigo lodo
Somos!

 

Um abraço,
Graziela Barduco.

Graziela Barduco