Olá, pessoal! Como estão?
Retomo minhas atividades por aqui, em minha coluna mensal no portal das Teodoras do Cordel em pleno mês dedicado às mulheres e gostaria de falar mais uma vez acerca de um assunto que precisa ser discutido exaustivamente: o machismo, já que não importa quantas vezes a gente fale dele, ele está sempre a milhas e milhas de distância de se esgotar.
É um dado concreto que em 2022, 35 mulheres foram agredidas por minuto aqui no Brasil. Assim como em 2021, a cada 10 minutos 1 mulher foi estuprada, a cada 7 horas houve 1 feminicídio e no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram mortas no Brasil.
E além dessa realidade pra lá de desumana, incrédula, hipócrita e desoladora com a qual somos obrigadas a conviver dia a dia, sabe o que mais tem me assombrado e intrigado atualmente? Homens reclamando que são mal compreendidos, pouco considerados e altamente “prejudicados” porque não se consideram machistas e estão sendo colocados no mesmo balaio dos machistas pelas “feministas malvadas que são muito cruéis ao defenderem seus direitos e afins”.
Ora, façam me o favor! Olhem para os dados da realidade e me digam se eu tenho tempo de pegar na sua mão e te agradecer de coração por você dizer que faz o mínimo que um ser humano decente deve fazer, ao invés de ir à luta para tentar impedir que milhares de mulheres morram, sejam agredidas, violentadas a cada minuto que passa no meu reloginho? Me poupem!
Eu poderia ficar aqui explanando horas e horas sobre as atitudes machistas incutidas no nosso dia a dia e reproduzidas por anos a fio tanto por homens quanto por mulheres sem muitas vezes nem perceber, mas vou optar por terminar o artigo com leveza, apresentando-lhes um de meus poemas:
Na tristeza destemida
Sem saber o que fazer
Eu perdi quase uma vida
Pra tentar me entender
E no peito uma batida
Nesta luta que é viver
Olho o longe, tão distante
Sem saber como agir
Desespero ofuscante
Sem lugar para fugir
E me perco neste instante
Deixo a alma sem dormir
O cansaço vem nefasto
Destroçando o meu respiro
Vem pisar no tempo gasto
No momento em que me viro
Pois caí no mundo vasto
Ao sair do meu retiro
E da onda tão sonora
Que ouvi na solidão
Quando a alma foi embora
Só sobrou o coração
Que não pulsa como outrora
Mas negou a escuridão.
Um abraço!
Sigamos forte na luta,
Graziela Barduco.
Muito importante seu texto compaheira!