Desde que me entendo por gente, sempre me vi “associada” a algum grupo.
Na primeira infância, eram as amiguinhas da pré-escola (grupo este que por sinal dura até hoje).
Depois vieram os grupos de dança, teatro e também de fãs dos artistas que gostava.
Na faculdade, vieram os grupos sobre cinema, literatura, teatro novamente e os grupos de arte em geral. Ahhh, escondo aqui os grupos das salas de bate-papo do UOL (quem lembra? Misericórdia!!!!! Rs!!).
Depois me lembro dos grupos de trabalho, primeiro os de produtoras de cinema e audiovisual em geral, depois novamente de teatro, artes plásticas e arquitetura.
Daí veio o mundo da moda e então os grupos sobre moda, publicidade, cinema, TV, webserie, castings, agências de moda e de atores e atrizes.
Então montei minha cia de teatro e voltei pra academia com as pós-graduações e mestrado em teatro, e então vieram os grupos de teatro, de discussão sobre o fazer teatro, os desdobramentos da cena contemporânea, dentre inúmeros outros grupos, até que, por fim, por conta do tema de meu mestrado, totalmente focado na cultura popular brasileira e que fez com que eu mergulhasse de vez no universo da literatura, eu passasse a fazer parte de grupos sobre literatura, cultura popular brasileira, cena literária atual, além de teatro contemporâneo, a contemporaneidade na escrita autoral e por fim em uma porção de grupos sobre cordel, assunto pelo qual sou totalmente apaixonada, já que acabei me tornando uma cordelista das boas, embora nem todos sejam capazes disso admitir.
Tudo isso pra dizer que hoje me peguei “discutindo” com uma pessoa a quem muito estimo e respeito porque ela dizia que lutava sozinha já que era forte, e eu dizia que lutava em grupo porque talvez fosse fraca pra lutar sozinha.
Mas daí fiquei pensando e repercutido isso em mim: se tenho a disponibilidade e a generosidade de lutar de mãos dadas com outras pessoas, isso jamais se daria porque sou mais fraca do que quem trava sua luta de forma solitária. Muito pelo contrário. Se permito que ao grupo minha luta chegue junto, é porque aprendi a amplificar minha força, sempre sublime e exuberante, através da união de outras forças, assim igualmente sublimes e vivazes, de modo que uma potência sem igual possa de forma invencível se desenhar.

E bora de poesia pra brindar a coletividade, com mote da cordelista e doutora Paola Torres: *Imagina o Brasil ser mais unido / E o cordel ser a voz da nossa gente!*:

Já faz um tempo que cá eu percebo
Uma panela que tanto persiste
O caso além de ser sério é triste
É algo que nem sequer eu concebo
Dessa fonte eu realmente não bebo
Mesmo que às vezes me sinta impotente
Sigo com aquilo que é condizente
Pois eu sou parte do povo excluído
“Imagina o Brasil ser mais unido
E o cordel ser a voz da nossa gente!”

Um abraço, queridos e queridas!
Seguimos fortes, unidas e unidos,
Graziela Barduco.

Graziela Barduco