Depois dos 40 (contando com 15 anos tratando de depressão, mais 5 de síndrome do pânico e ansiedade), eu confesso que estou com uma baita dificuldade de me relacionar com as pessoas (algumas).
Acredito que antes (tipo até “ontem”), isso era bem mais fácil pro outro (e absurdamente mais difícil pra mim), porque eu tinha medo de desagradar esse outro, logo tinha medo de dizer “não” e tolerava extremamente as atitudes alheias, passando por cima do meu bem-estar, e ignorando completamente os meus limites. Desta forma, o outro ficava super bem, isso nas mais diversas situações cotidianas, e, em geral, saindo no benefício, enquanto eu sofria horrores e adoecia cada vez mais.
Hoje, eu aprendi a respeitar os meus limites e a pensar no meu autocuidado, sem colocar as imposições do outro acima do meu conforto, bem como consegui atingir o equilíbrio entre minha saúde (tanto física, quanto mental) e o cuidado e a preocupação para com o outro, de modo que minha salubridade mental fique ok na maior parte do tempo.
No entanto, o outro não tem ficado mais brilhantemente feliz ao meu lado como antes, simplesmente porque agora eu não estou mais prontamente disponível para ele, ou super passando por cima dos meus limites para que esse outro esteja plenamente satisfeito em detrimento de minha sanidade mental.
E desta nova forma bem complexa com a qual venho lidando com os embates e contratempos do dia a dia, falando estritamente com relação à interação com o outro, a conta não tem mais fechado de forma tão sensacional assim (creio eu que mais para o outro), mesmo que o mais próximo daquilo que seria o ideal de equilíbrio esteja se fazendo presente aqui dentro de mim.
Enfim…. E bora de poesia, que tudo cura!
Eu passei a me afogar
Ao cair num mar de rosas
Pois sou dessas orgulhosas
Que uma mão custa aceitar
E já que eu não sei nadar
Nesse mar eu me perdi
E te juro que esqueci
Que boiar era opção
Me soltando, em suspensão
Pra sobreviver ali.
Um abraço,
Graziela Barduco.