Hoje eu tive minha primeira experiência presencial como participante do grupo Escreva, Garota! e foi uma das piores coisas que já me aconteceu na vida!
Como este ano decidi publicar até agora quatro cordéis (mais dois com uma grande amiga), além de outros projetos que ainda estão surgindo, resolvi procurar um grupo que fosse frequente em eventos literários, e que de alguma forma fizesse uma ponte entre as autoras e esses eventos, com o intuito de levar este meu material para o maior número de feiras, Bienais, eventos literários e afins.
E foi então que encontrei o Escreva, Garota! no Instagram, que se apresenta como “um grupo de apoio, engajamento e capacitação continuada de mulheres que escrevem”.
Preenchi o formulário no site me candidatando para participar do grupo e entrei para ele há exatamente um mês.
Para entrar, você assina um plano, cujo valor é excelente pelos benefícios e contemplaria exatamente aquilo que eu estava precisando.
Assim que entrei, consegui marcar com a organizadora as minhas datas e horários nos eventos que queria e estava tudo perfeito.
Pois bem, dois dias depois, no dia 05 de junho, a organizadora do grupo mandou a seguinte mensagem no grupo do WhatsApp:
“Bom dia.
Lembrando que faremos reservas da BIENAL DO LIVRO DO RIO na próxima segunda, dia 10, às 11h.
Interessadas QUE TENHAM PLANO ANUAL OU SEMESTRAL VÁLIDO NA DATA DO EVENTO, deverão entrar no grupo abaixo para organizarmos a ordem de chamada.”
Bem, como eu assinei o plano semestral, achei que pudesse entrar no grupo para entender quando seria a Bienal do Rio e se eu poderia participar nas datas.
Na sequência, a organizadora me mandou um áudio dizendo que eu não tinha plano válido na data do evento. E sem me dizer a data do evento, ou sem perguntar se eu gostaria de estender meu plano para contemplar a data do evento, ela seguiu me passando um “sermão”. Até que eu perguntei a data e ela me informou que seria em junho de 2025. Era um diálogo que poderia ser proveitoso para nós duas e sem estresse algum. Mas não foi o que aconteceu. No mínimo estranho. Enfim….
Eu ainda disse assim para ela, meio que tentando dizer o que de estranho eu estava achando:
“Uma sugestão: nos informativos dos eventos, poderia colocar as datas dos mesmos. Grata.”
E ela me respondeu:
“É que a galera já acompanha as datas das bienais e já soltamos há mais de um mês, praticamente toda semana, as datas confirmadas.
Bem, eu preciso dizer que havia entrado no grupo há apenas dois dias e, bom, eu acho que não sou “a galera”, mas, enfim…
Depois disso, comecei a observar, como que em um padrão, o mesmo tom grosseiro e sem paciência com o qual ela me respondera sobre esse episódio da Bienal do Rio se repetindo por inúmeras vezes nos grupos de WhatsApp quando alguém tinha alguma dúvida sobre algo.
E ficava um clima super chato, de intimidação, porque é natural surgirem dúvidas quando vamos fazer um evento, e a cada dúvida era sempre uma patada, de modo que eu nem ousava perguntar nada.
Algo interessante estipulado no grupo foi a ata de reunião acerca das regras e diretrizes do primeiro evento presencial do qual eu participaria enquanto parte do grupo, que seria A Feira do Livro, aqui em São Paulo, no Pacaembu, e, vendo que estava tudo descrito ali de forma ordenada, fiquei mais tranquila, sabendo que não precisaria dirigir minha palavra a ela para sanar alguma possível dúvida.
Bem, o dia do evento foi chegando, as meninas foram tendo suas dúvidas, levando suas patadas ao tirá-las e engolindo seus sapos sabe-se lá, Deus, por qual motivo. Porque uma coisa precisa ser bem esclarecida: esta pessoa que organiza o grupo e o grupo em si não está fazendo um favor a ninguém. É um serviço contratado, pois pagamos uma assinatura para podermos nos utilizar destes serviços, então toda e qualquer dúvida que a cliente venha a ter, deve ser sanada, por obrigação.
Então, hoje, arrumei minha malinha para ir para o evento. Cheguei com muitíssimo receio desta organizadora estar lá, mas por sorte só estava uma outra moça que trabalha com ela e que é uma fofa. E também outras mulheres inspiradoras e lindas, que fazem parte do grupo, que foi uma sorte conhecer. Montei minha mesinha no meu horário de lançamento com meus cordéis e livros, e levei uma chita na cor vermelha para combinar com a estética do estande. Estava tudo uma delícia! O papo, as meninas, as pessoas que fui conhecendo, meus amigos queridos que foram prestigiar meu lançamento, o sol, o céu azul….
Decidimos tirar uma foto ao redor da minha mesa, com nossos livros e toda a decoração do estande. Ficou linda! Enviei no grupo para todas terem acesso, as meninas postaram, estávamos felizes.
Seis minutos depois a organizadora mandou a seguinte mensagem:
“Gente, toalhas não são permitidas…”
Sem que isto estivesse mencionado na ata, sem mais, nem menos.
Na ata dizia assim:
“Favor cuidar da estética do estande. Não deixe visível qualquer mala, mochila ou caixa.”
Eu que já estou acostumada a fazer feira, escondo minha mala embaixo da toalha e tudo fica sempre lindo!
Enfim… Não bastasse a mensagem, ela mandou a moça que estava ali organizando o estande vir até mim e dizer que eu ia precisar tirar a chita da minha mesa.
Eu achei que a falta de respeito tivesse extrapolado todas as fronteiras e entendi perfeitamente que era hora de me retirar.
Interrompi as vendas, o papo, o atendimento aos meus amigos.
Não sei se foi preconceito com a Literatura de Cordel, com a chita, com todos os signos regionalistas que estavam dispostos ali sobre a mesa. Xenofobia? Não sei…
Eu chorava e fechava a mala. Antes mesmo de o meu horário (pelo qual eu havia pago!) acabar.
Meus convidados me abraçaram. Minhas companheiras de bancada também.
Já a organizadora deste que se vende como um “grupo de apoio a mulheres que escrevem” e que se autointitula como “cientista social e especialista em Psicologia Positiva, Bem-Estar e Autorrealização” só não destroçou por hora uma alma, porque esta que vos fala é muito bem amparada e aprendeu a nunca, nunca mesmo ficar calada!
E bora de poesia, pra esvaziar o coração:
A soberba que te impede
De tentar se desculpar
É amiga do pesar
Que teu peito te concede
Tua ação que te sucede
Ao soltar tua fala errada
É escolher ficar calada
Escondendo os teus enganos
Mas não tenho nos meus planos
Ser por ti depreciada.
Em paz,
Graziela Barduco.
Acesse aqui o arquivo da ata mencionada no artigo, para conferir as regras e diretrizes as quais eu precisaria cumprir:
https://docs.google.com/document/d/1spEPRug5cn9oKEj5fI_SLMYhODFWyrEb/edit?usp=drivesdk&ouid=101642967091710697736&rtpof=true&sd=true