Olá queridos leitores e queridas leitoras!

Depois de um período de intensas crises de pânico e ansiedade, bravamente contornadas nos últimos dias para conseguir dar conta de toda a agenda e cronograma de trabalho, retorno para casa com calma, depois de intensas vivências em Paraty, na FLIP, e começo com mais uma nova medicação, devido a sequela de uma invasão hacker que sofri no mês passado em minhas redes sociais, atrelada a alguns outros problemas pelos quais venho passando, os quais têm me deixado num estado de intenso sofrimento.
Olhando para minha trajetória de vida, eu chego a conclusão de que sempre fui muito, mas muito diferente de tudo, de todos, sempre fui meio estranha e minha lógica de pensamento sempre foi muito diferente, bem como sempre tive muita dificuldade de seguir padrões, de me encaixar, de me inserir, de me manter em algum determinado grupo ou local.
Hoje vejo que finalmente encontrei no universo do cordel um mundo no qual finalmente posso ser eu mesma, pelo qual me sinto totalmente acolhida e pertencente. Hoje sinto que o cordel é minha casa e as pessoas do cordel são parte da minha família. Ademais, mesmo com todas as minhas inseguranças, fragilidades, extrema sensibilidade e minhas crises, venho tentando levar a vida com leveza e bom humor, embora às vezes pareça tudo muito difícil, complicado e impossível.
Creio que meu maior desejo é que eu consiga manter essa energia de nunca parar de lutar. No mais, que eu aprenda também, de uma vez por todas, a lidar com a frieza e o desdém do outro, que tanto me machucam, que eu entenda que nada do outro eu deva esperar e que eu sempre possa me orgulhar de como sou, e de todo amor e cuidado que trago comigo, e que faço questão de aos outros despender, sem esperar nada em troca. E sobretudo, que eu não deixe nunca, nunquinha, nada mais dessa vida me machucar. Viva o cordel! Viva a cultura popular brasileira!

Novas Cirandas

Eu pensei neste momento
De profunda intensidade
Já com o peso da idade
Resvalando meu tormento
Levantei o acampamento
E parti pra outras bandas
Pra buscar novas demandas
E suprir tanto vazio
Eu me perco no desvio
Só pra achar novas cirandas.

Um grande abraço, com muito carinho a todos,
Graziela Barduco.

Graziela Barduco