Completando o título: “ou fingem não fazer ideia”.

E começo o texto indo direto ao ponto, até porque fazer rodeio é coisa deste tipo sobre o qual hoje venho falar.
Alerto também para o fato de que esta é a forma como penso “coletividade” e confesso que posso estar redondamente errada.
Pois bem. Quando você decide fazer parte de um coletivo, ao meu ver, a primeira coisa que você deveria saber é que seu pensamento individual não deve ser mais importante do que o pensamento em grupo.
Desta forma, o que deve prevalecer neste contexto, é aquilo que melhor vai atender e beneficiar o grupo e não a si próprio.
Parece algo óbvio, mas não é. Principalmente quando a essência do ser humano é a natureza egoísta. Infelizmente.
Dito isto, se você não tem uma predisposição para abdicar de algumas coisas em prol de uma maioria, por que diabos você decide fazer parte de uma coletividade?
Vou além. Se você guarda informações diversas que poderiam beneficiar a coletividade e usa todas elas somente para si, sem compartilhá-las com o grupo, por que demônios resolveu fazer parte de uma coletividade?
Ou ainda. Se você faz sempre questão de ser visto (a) como presente na coletividade, mas quando alguém precisa verdadeiramente de sua pessoa, você se finge de morto (a), se fechando em um profundo silêncio e sumindo num piscar de olhos, por que carambolas você insiste em fazer parte da coletividade?
Ademais, uma coisa eu digo. Se você simula fazer parte de uma coletividade para colher as informações desta coletividade e simplesmente se utilizar delas para fins próprios, sem realmente contribuir para com a coletividade, eu tenho um nome para isto: mau-caratismo.

E bora de poesia, para este tipo exorcizar?

Ao tentar desafogar
Tanta coisa de minh’alma
Sempre sem perder a calma
Procurei dialogar
Tanta coisa pra falar
Fui profunda e me abri
Contei tudo o que senti
Fui na busca do diálogo
Ao buscar por um análogo
Num monólogo caí.

Ao tentar ser agradável
Neste lodo me meti
E te juro, me perdi
Quase sempre tão instável
Num destino inexorável
Sufoquei, pedi socorro
Me esvaí e quase escorro
Ao doar-me pr’outro alguém
Minha alma, vai e vem
Desta forma, quase morro.

Um abraço,
Graziela Barduco.

Fotografia em destaque: Carlos Antônio Batista

Graziela Barduco