Eu tenho essa mania doida de SEMPRE responder a todos: “tudo bem sim, graças a Deus” e isso é tão, mas TÃO automático, e algo “bizarramente” incontrolável, pois acho que um simples “tudo” ou “tudo sim” soa um tanto frio, beirando a falta de simpatia a uma pergunta que, teoricamente, demonstra, no mínimo, algum ensejo de preocupação para comigo.
Enfim, o fato é que eu, já há algum tempo, não acredito em Deus, e se por ventura ele existir, ou melhor, Ele, como dizem os “tementes” a ELE (está aí um adjetivo que fez eu começar por não mais simpatizar por situações e discussões deste tipo), não está nem aí para a minha pessoa, de modo que eu tentar invocá-lo, fazer pedidos, preces, rezas e afins, para mim, não surte efeito algum, ou melhor, são palavras ditas ao vento.
Desta forma, ao invés de orar, optei por escrever poesia que, ao meu ver, seria algo que em mim surte um efeito mais positivo, além de acabar gerando situações mais produtivas.
Lembrando que esta é a MINHA visão pessoal da coisa em si e não uma verdade absoluta, bem como não procuro convencer ninguém de meu ponto de vista, nem busco ser convencida também pelo ponto de vista de ninguém.

Não creio que a questão seja falta de fé, pois tenho fé nas situações, fé nas pessoas (algumas, BEM poucas na realidade), só não tenho fé em Deus.
Se Ele existir, nunca me ouviu. Tudo que eu pedi, nunca aconteceu e quando finalmente desisti de tentar falar com Ele, é que as coisas passaram a acontecer. E certamente não por Ele, mas pelo próprio curso das coisas em si.

A questão é que eu simplesmente não tenho essas fantasias de que alguma força sobre-humana vai me ajudar. Eu simplesmente me levanto da cadeira e vou à luta, e sinceramente acho que é desse jeito que deve ser. Pelo menos para mim.
Mas respeito MUITO, do fundo do coração, quem pensa diferente.

E com esse pensamento de que somos livres para acreditar naquilo que desejarmos, seguem estes versinhos:

Minha fé já não é mistério
Não tem segredo, não tem critério
Da dor que vinha e que supero
Não sei se fico, não sei se espero

Com a brisa passando no rosto
Não tem tristeza, não tem desgosto
É carinho que chega e que fica
Bate na alma, corporifica.

Um abraço,
Graziela Barduco.

Graziela Barduco