Olá queridos leitores e queridas leitoras!
Meu artigo desse mês chega ainda na esteira do machismo, em meio a tantas denúncias de importunações sexuais, abusos e afins que continuam surgindo frequentemente e que nos chegaram em baldes e mais baldes em pleno mês da mulher.
Hoje volto aqui em minha coluna para falar de um tipo muito específico de homem, que na maioria das vezes nem chega a praticar esses abusos que vem sendo denunciados, mas que agem de uma forma que nos constrangem demais.
Eu falo de “homens carentes” (inseguros e problemáticos ou simplesmente egocêntricos e narcisistas?), que além de darem em cima de todas as mulheres que agradam o seu gosto, que com o passar do tempo vai ficando cada vez mais apurado (ainda que seus quesitos e dotes próprios não correspondam em nada a este padrão elevado exigido por eles nas mulheres, muito pelo contrário, pasmem!), ainda acham que quando alguma mulher os trata com atenção, educação ou simpatia, ela está lhes dando mole, ou pior, quando alguma mulher que simplesmente está fazendo o seu trabalho (como atendentes, garçonetes e afins) que está lhes tratando bem, muitas vezes por obrigação, está lhes dando mole.
Se você homem, leu a descrição e se identificou em alguma dessas situações, é a sua chance de refletir e talvez parar de agir dessa forma com mulheres que você percebe que se sentem incomodadas com tal interação.
Se você é mulher e já passou por alguma dessas situações descritas acima e não se sentiu bem, sinta-se aqui acolhida e compreendida.
Bem, tudo isso faz parte do grotesco machismo estrutural no qual estamos imersos (as). O artigo funciona como uma forma de desabafo/desafogo, mas a esperança de que isso mude está muito aquém da realidade onde posso me encontrar.
E vamos de poesia, essa em específico retirada da nossa primeira obra coletiva, o “Justiça Violada”, do nosso coletivo Teodoras do Cordel, poema feito por mim para Mari Ferrer, que acredito eu, dispensa apresentações:
A tristeza é desmedida
Ao pensar na situação
Dói no peito, a ferida
Desespero e opressão
Ao pensar que em nossa vida
O respeito é exceção
Mariana é humilhada
A violência só se arrasta
Sua vida é estraçalhada
Minha alma aqui desgasta
Ao gritar, desesperada
Desejando dar um basta.
Um abraço e até a próxima,
Graziela Barduco.