Sou dessas que movo mundos e fundos pra ajudar um coleguinha, sempre fui. Mas ultimamente passei a relacionar boa parte dessas ações com ser  um tanto “idiota” dos outros.  Explico.
Normalmente eu vasculho as coisas até descobrir como funcionam, “meto as caras” (amo essa expressão, inclusive pq só tenho uma cara pra meter, rs!) e vamo que vamo. Dando certo, vou passando as manhas adiante, de mão e mão e é uma delícia qdo vai dando certo pra todo mundo também.
E nem é um bicho de sete cabeças, é que sou fuçadora compulsiva mesmo e um tanto cara de pau.
Bem, não há sentimento melhor do que ver um amigo realizando um sonho daquele que você pode de alguma forma dar um leve empurrãozinho. Chega a ser melhor do que realizar um próprio sonho seu.
Pois bem, há um tempo percebi que podia contribuir com um conhecido em sua jornada na publicação de um livro. Dei todos os caminhos, apresentei as editoras que achei que teriam a ver com seu estilo de escrita, quais textos seriam interessantes entrarem na coletânea, me interessei pelo projeto gráfico e não, não fui entrona! Tudo isso ele ia me pedindo e eu o ia encaminhando.
Ele chegou a me convidar para fazer uma apresentação/prefácio que acabou virando orelha. Eu não sabia o prazo em que precisava entregar este texto. Então na semana em que estava parindo o meu bebê, eu o enviei este texto  por e-mail, explicando que como estava com a bolsa quase para romper, não queria atrasar o prazo do livro dele. Ele não me agradeceu, nem me deu um retorno se recebeu o e-mail.
Mas acabou usando o texto mesmo assim, mais para frente. A gente tem dessas…. Está parindo e está preocupada se compriu todos os afazeres antes de ir pra maternidade com a bolsa estourada. Afinal, mulher trabalha até o último segundo, né?
O livro ficou pronto, não fui convidada para ver o boneco. A ex-mulher dele tb fez um prefácio, achei que esse entraria no lugar do meu, pq ela acompanhou o processo de finalização da gráfica. Mas como minha escrita é impecável e como conquistei um papel importante enquanto escritora nesta curta carreira que está se construindo, lá estava minha orelhinha no livro.  Não tive menção especial qualquer no lançamento, claro, muita gente para ele dar atenção. Como sou muito comunicativa, fiz amizade com seus amigos, que assim como eu, transitam entre teatro e literatura. Fui embora cedo, mandei um texto o parabenizando, do qual não obtive resposta. Normal. Pra um narcisista e egocêntrico, tudo gira somente ao redor de seu próprio umbigo. E foi então que comecei a perceber o padrão: falar demais de si próprio, ter dificuldades em ouvir o outro e agir como o centro do universo.
Mudando de saco pra mala, pq se não entraria muitas cases, sacolas, polchetes, carteiras, porta cartões, bolsilhas e afins, que agora não vem ao caso, se digito meu nome no Google,  além das minha obras , aparece a dele tb em questão, pq minha humilde orelha fora usada como sinopse da mesma. E mais uma vez, a trouxa que é sempre tratada sem o menor valor pelo egocêntrico/narcisista,  o leva de carona, tendo em troca apenas o desprezo de um ser humano a milhas de alcançar o que seria o seu início de processo de evolução.

Vamos de poesia para amenizar?

Não uso da lógica costumeira
Não suporto que me categorizem
Tampouco gosto que me inferiorizem
Se usam jogo, já saio pra beira
Não faço firula, pois sou certeira
Se erram, eu sumo pra eternidade
Sou tão movida a reciprocidade
E feita de um amor que tira a calma
Rouba-me o peito e junto minh’alma
Pois na essência sou intensidade.

Um abraço,

Graziela Barduco.

Graziela Barduco