Olá queridos (as) leitores (as)!
Ontem, olhando minha galeria de fotos, me deparei com essa, fotografia do dia em que conheci o grande amor da minha vida, que aliás completará logo mais seus dois aninhos de vidinha. Dois anos daquele que costumo chamar de personificação da mais sublime poesia. Essa cena foi ainda na sala de cirurgia, saindo da cesárea. Porque, pra quem não sabe, eu fiz cesárea e NÃO sou menos mãe por isso! Durante a gestação fiz fisioterapia para o assoalho pélvico, exercícios e tudo o mais para tentar o parto normal, mas após 24h. da bolsa ter estourado e de todas as tentativas possíveis, eu não tive dilatação. Então, agora tenho uma cicatriz linda, da qual eu muito me orgulho, ornando meu corpo curvilíneo do qual eu nunca me orgulhei mas que fico na expectativa de um dia passar a amar. Os primeiros dias, depois desse momento mágico, foram bem difíceis. A gangorra hormonal, a insegurança, a dor na cicatriz, a privação do sono, o sangramento incessante e mais outras peculiaridades nos fazem ir do céu ao inferno em segundos, com a mesma velocidade em que o amor por aquela coisinha fofa, que há pouco estava dentro de você, só aumenta cada vez mais. E então, na sequência um baque: após um mês, meu leite simplesmente secou! Sim, pra quem não sabe, o Davizinho não mamou quase nada no peito e eu NÃO sou menos mãe por isso! Tentei de tudo: relactação, chá da mamãe, canjica, spray de ocitocina e nada! Eu sofri horrores pela culpa gigante que sentia de não ter mais leite no peito pra oferecer ao meu bebê, mas vendo o Davizinho crescer, engordar e se desenvolver super bem depois de inserirmos a fórmula no lugar do leite materno inexistente naquele momento, passei a me acalmar e a tentar expurgar essa culpa que sempre sentimos por aquilo que na verdade nunca somos culpadas. E isso tudo faz parte da dádiva de ser mulher, entremeada pelo suplício que é ser mulher. E se você mulher não tem filhos, não quer ter filhos e qualquer que tenha sido sua escolha/situação, você NÃO é menos mulher por isso! Com toda a certeza!

No mais, segue o primeiro poema que escrevi para o meu bebê, quando ele ainda mamava no peito, entre uma mamada e outra:

Brilham brilham seus olhinhos
E minh’alma se entorpece
Qdo em mim você adormece
Vou contando os seus dedinhos
E me lembro dos caminhos
Dos percalços, da vitória
Por você eu fiz história
Registrando seus momentos
Despedi-me dos tormentos
Renasci por sua glória.

Um grande abraço,
Graziela Barduco.

Graziela Barduco